Odontopediatria: Ai, ai, ai meu dentinho…

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Trauma dentário é algo um tanto quanto comum na infância, afinal quedas durante o aprendizado dos primeiros passinhos é normal, além das pancadas durante as práticas esportivas, dos acidentes de trânsito e infelizmente da violência contra a criança, seja ela por brigas na escola ou com os responsáveis.

A ocorrência de traumas até os 6 anos de idade acontecem na mesma proporção em meninos e meninas, mas acima dos 6 anos é maior nos meninos. Os dentes da frente (incisivos) são os mais afetados, porque ocorre a ausência de “fechamento” labial e também porque os incisivos superiores são mais pra frente (protruídos), deixando-os mais vulneráveis.

Esses traumas podem acontecer nos tecidos moles, como a gengiva, nos tecidos duros, ou seja, no próprio dente, e nos tecidos de sustentação. Nos tecidos moles as principais injúrias são abrasões e lacerações (ralados e cortes).

Nos tecidos duros são as trincas e as fraturas dentárias, que geralmente são tratadas com restaurações de resina composta. Já nos tecidos de sustentação são os casos mais preocupantes, como por exemplo a avulsão e a luxação intrusiva.

A AVULSÃO é um acontecimento recorrente ao trauma que causa a saída total do dentinho. Diferentemente do adulto, não podemos recolocar o dente de leite, isso causaria problemas no seu sucessor permanente. Neste caso temos que nos preocupar com a manutenção do espaço para que o seu sucessor consiga nascer (com mantenedores de espaço) e também na estética (colocando um dentinho falso no lugar).

Odontopediatria é a especialidade da odontologia que cuida da saúde bucal das crianças.

Outro acontecimento decorrente do trauma é a LUXAÇÃO INTRUSIVA, que é quando o dentinho fica mais para dentro na gengiva. Neste caso devemos acompanhar a re-erupção, ou seja, acompanhar se ele vai voltar na antiga posição, o que leva por volta de 6 meses, e para isso devemos remover interferências como a chupeta. Ou se o dentinho atingiu o dente permanente devemos extraí-lo e utilizar mantenedores de espaço.

Em todos os casos de trauma a dieta deve ser leve por 10 a 15 dias, a higiene deve ser reforçada, o acompanhamento clínico deve ser feito com 1 semana, 1 mês e anualmente até o dente “cair”, ou até o permanente nascer.

É importante que os pais saibam que os traumas podem causar danos no dente de leite como escurecimento, mobilidade, “morte” e também no dente permanente, danos esses que podem ser corrigidos, como por exemplo as manchinhas brancas que o dente permanente possa ter, sendo tratada com microabrasão ou faceta. Também podem ocorrer distúrbios no nascimento do permanente como atraso, que pode ser corrigido com a exposição cirúrgica.

Na ocorrência de um trauma os responsáveis devem manter a calma, tranquilizar as crianças, e levá-las imediatamente ao dentista especialista em odontopediatria.

Dra. Ana Cláudia Calafati
CRO/SP: 116.979